O tamanho do mercado mundial de compartilhamento de carros deverá atingir US$ 5,04 bilhões em 2025, com uma previsão de crescimento anual de 18,37%, elevando o faturamento a US$ 13,94 bilhões até 2030
Por Fernando Freitas*
O crescente interesse por alternativas mais sustentáveis e flexíveis de mobilidade, como o carsharing, indica uma mudança significativa no comportamento do consumidor, que tem procurado cada vez mais formas de usar veículos, ao invés de tê-los. Em resposta a essa demanda crescente, diversas empresas de carsharing estão expandindo suas operações em vários países da América Latina, especialmente no Brasil. Devido à sua relação custo-benefício, adaptabilidade e acessibilidade, o mercado latino-americano de compartilhamento de carros está destinado a um crescimento sustentado nos próximos anos.
De acordo com o relatório “Carsharing Market – Global Forecast 2024-2030“, publicado em maio de 2024 pela 360 Research Reports, prevê-se que o mercado global de carsharing aumente significativamente entre 2023 e 2030. Estimado em US$ 4,28 bilhões em 2023, o tamanho do mercado mundial de compartilhamento de carros deverá atingir US$ 5,04 bilhões em 2024, com um crescimento anual composto (CAGR) de 18,37% até alcançar US$ 13,94 bilhões em 2030. O relatório foca especialmente nas regiões da América do Norte, Europa, Ásia-Pacífico, América do Sul, Oriente Médio e África.
Pesquisas recentes evidenciam uma preferência crescente por alugar veículos em vez de possuí-los (fontes: Mordor Intelligence e University of Pennsylvania). Essa tendência é especialmente forte entre os adultos jovens, na faixa etária entre 25 e 44 anos, refletindo uma mudança nas prioridades de vida influenciada por novos modelos de trabalho, acesso a financiamentos economicamente viáveis e conscientização ambiental. Este cenário configura uma mobilidade no século XXI sem precedentes na história da humanidade.
Na pesquisa “A Transformação da Mobilidade Através do Compartilhamento de Veículos”, que considerou respostas de mais de mil usuários do serviço da Awto no Brasil, empresa líder em carsharing na América Latina, emerge um mapa de tendências e preferências, além do impacto ambiental e social deste modelo inovador de mobilidade – o carsharing. Veja mais sobre a pesquisa aqui.
Um dos pontos mais notórios desta pesquisa é o perfil demográfico. A maior parte dos usuários de carsharing se encontra na classe B, com ensino superior e, notavelmente, sem a propriedade de veículos. Esses dados destacam uma preferência por economia, flexibilidade e um estilo de vida menos atrelado a posses materiais, com 62,6% dos entrevistados não possuindo carro e 51% adotando o modelo de trabalho híbrido.
Tem mais. Os resultados apontam ainda para a relevância do carsharing em diversas fases da vida e estados civis, sugerindo uma adaptação dos serviços de mobilidade às mais variadas necessidades dos usuários. Isso reforça a visão da Awto de se tornar uma solução de mobilidade integral, oferecendo desde o compartilhamento de veículos por minutos, horas e dias até a assinatura mensal e a compra de veículos usados certificados.
A pesquisa confirma também o impacto positivo do carsharing na redução do número de carros nas ruas, contribuindo diretamente para a sustentabilidade ambiental. Cada carro compartilhado equivale a necessidade de até sete veículos particulares, ou seja, nano-locações são uma ótima solução para superlotação urbana e a diminuição da emissão de poluentes.
Em outras palavras, os resultados da pesquisa refletem a crescente adoção do carsharing como uma solução prática e eficiente para as necessidades de mobilidade urbana no Brasil, onde os espaços e a infraestrutura pública já não comporta mais as necessidades da população das grandes cidades.
À medida que as cidades crescem, o congestionamento e o espaço para estacionamento em vias públicas tornam-se problemas cada vez mais significativos. Os serviços de mobilidade compartilhada oferecem alternativas econômicas à propriedade tradicional de automóveis, reduzindo o trânsito e aliviando os congestionamentos urbanos. Essa tendência foi recentemente nomeada como Mobility as a Service (MaaS), um conceito que se desenvolve ao redor das necessidades do usuário e é focado na redução do uso do automóvel privado. Nesses casos, o usuário pode buscar, reservar e pagar por um carro por meio do celular, contribuindo para um transporte eficiente, sustentável e conectado.
É essencial exigir do poder público e privado propostas concretas e suporte a projetos que promovam cidades menos poluídas. Contudo, a contribuição do indivíduo, especialmente dos motoristas, não pode ser subestimada, pois as práticas atuais de mobilidade são fruto de uma série de escolhas e atitudes pessoais. Para uma utilização mais sensata e eficiente dos veículos, é necessário um processo de conscientização e adoção por parte da população. Isso só será alcançado por meio da implementação e popularização de opções de transporte mais verdes e econômicas
*Fernando Freitas é Chief Strategy e Marketing Officer (CSO e CMO) da Awto para a América Latina. Formado em Matemática e Ciências pela Indiana University, nos Estados Unidos, cursa Mestrado de Economia Financeira na Purdue University, também nos EUA. Acumula passagens em grandes empresas de consultoria estratégica, como Ernst & Young e Applico Inc., empresas de tecnologia e foi fundador de diversas startups.